a minha história...


Desde cedo desenvolvi o gosto pelo mundo das artes. Sempre me foi incutido um grande contacto com pintura, música, trabalhos manuais, desenho, escrita, poesia, existindo também contacto com a fotografia. A máquina analógica era um objeto presente na família em que cresci, e desde que me lembro também a utilizava.


Cresci rodeada por fotografia e, para mim, as memórias sempre se refletiram em dezenas de álbuns pela casa e momentos em família em que nos sentávamos a partilhar o passado e as histórias vividas, em que as fotografias eram nossas aliadas como se fossem ilustrações de um livro. Rapidamente me apercebi que a fotografia surgia como um elemento de partilha, de convívio; que unia as pessoas e dava voz às suas histórias.

Usei a minha primeira máquina analógica ainda em criança, herdada ou talvez roubada à minha mãe. Seguiu-se a máquina descartável subaquática, tão desejada para as férias de verão. Mais tarde, já adolescente, a primeira máquina digital compacta. Fotografei os amigos, os passeios, os finais de tarde. E também fui fotografada.

O tempo passou, mas manteve-se o gosto por imortalizar os momentos para um dia os recordar.


Mais tarde vim a descobrir o gosto em particular pelos retratos e pelo pormenor. Por capturar a magia das pessoas e das coisas que me rodeiam. Por reparar em pequenos detalhes, que me vim a aperceber que aos olhos do mundo passavam despercebidos. Surgia também a curiosidade pelo desconhecido e tudo o que há para explorar, e a vontade de criar fotografias que levassem o observador a questionar-se sobre elas; sobre o contexto em que foram tiradas, sobre o sítio, sobre o momento e o que estaria a acontecer. A vontade de criar e contar histórias.



Saí de casa aos 18 anos e habituei-me a uma vida longe de tudo. Desde então mudei algumas vezes de cidade, com a permanente urgência de me estabilizar e me enquadrar num novo ambiente e de me habituar às novas rotinas, tentando manter a minha essência, as minhas paixões, os meus amigos e o encantamento que sinto pelo mundo em geral.

Senti a vida como um mar cheio de ondas, em que a fotografia aparecia como o escape, que me permitia manter à tona no meio da agitação, e que me dava o poder de mostrar ao mundo a minha visão da paz no meio do caos. Que me dava a calma nos momentos mais agitados, e que me fazia sentir mais perto de tudo, quando fisicamente estava cada vez mais longe da minha zona de conforto.

Deixei-me abraçar por esta paixão como uma terapia. Percebi o bem que me fazia, e percebi também o bem que fazia aos outros quando partilhava com eles a minha visão. A felicidade de conseguirem ver através dos meus olhos algo em que não tinham reparado, o espanto e o encanto também. Consegui que a minha paixão fosse percebida, e consegui também transmiti-la a algumas pessoas, e despertar-lhes alguns sentimentos. E senti o retorno. Senti a felicidade em ver o trabalho de outros, e em ver que também eles agora tinham o gosto em partilhar a sua visão. Senti um pouco daquilo que acredito que transmito com a minha fotografia, ou pelo menos que tento que os outros sintam quando a vêem.




Saí de casa aos 18 anos e habituei-me a uma vida longe de tudo. Desde então mudei algumas vezes de cidade, com a permanente urgência de me estabilizar e me enquadrar num novo ambiente e de me habituar às novas rotinas, tentando manter a minha essência, as minhas paixões, os meus amigos e o encantamento que sinto pelo mundo em geral.

Senti a vida como um mar cheio de ondas, em que a fotografia aparecia como o escape, que me permitia manter à tona no meio da agitação, e que me dava o poder de mostrar ao mundo a minha visão da paz no meio do caos. Que me dava a calma nos momentos mais agitados, e que me fazia sentir mais perto de tudo, quando fisicamente estava cada vez mais longe da minha zona de conforto.

Deixei-me abraçar por esta paixão como uma terapia. Percebi o bem que me fazia, e percebi também o bem que fazia aos outros quando partilhava com eles a minha visão. A felicidade de conseguirem ver através dos meus olhos algo em que não tinham reparado, o espanto e o encanto também. Consegui que a minha paixão fosse percebida, e consegui também transmiti-la a algumas pessoas, e despertar-lhes alguns sentimentos. E senti o retorno. Senti a felicidade em ver o trabalho de outros, e em ver que também eles agora tinham o gosto em partilhar a sua visão. Senti um pouco daquilo que acredito que transmito com a minha fotografia, ou pelo menos que tento que os outros sintam quando a vêem.


Tudo isto me alimenta diariamente. Tudo isto é um motivo para continuar. E também porque cada vez mais, as pessoas se fecham na sua bolha. Mas afinal, a felicidade está em partilhar. Em mostrar aos outros a nossa visão, e conhecer a deles. Em crescer, ajudar a crescer e deixar que nos ajudem a crescer. Em despertar sentidos nos que nos rodeiam, fazê-los pensar, fazê-los tirar os pés do chão por instantes, divagar e abraçar novas realidades. Já basta o peso o mundo em cima de nós.


E afinal, também gosto de acreditar que a nossa história é demasiado única para ser deixada passar em branco.


Testemunhos

Carla Dias

“Não sou de todo modelo e sentia-me, completamente, à "nora" neste papel. Ainda assim, a Rafaela deixou-me bastante à vontade nas sessões fotográficas que fiz com ela.
Fiquei super feliz e impressionada com o resultado final!”

01 / 07